O Forte de São João Baptista de Ajudá (Ouidah)
Este é o Forte de São João Baptista de Ajudá, situado em Ouidah, na República do Benim, que foi erguido no séc. XVIII para servir de entreposto e de protecção militar ao tráfico português de escravos para o continente americano e Caraíbas. Esteve na posse de Portugal até depois da independência do Daomé (como a República do Benim se chamava então), tendo sido abandonado e incendiado por ordem de Salazar em 1961, ano em que o Daomé decidiu ocupá-lo. Foi recuperado das cinzas ainda na década de 60 e nos anos 80 foi objecto de novas obras de restauro, as quais
O forte é agora um Museu de História daquela região de África, de onde foram tantos os escravos que dela partiram que ela era chamada Costa dos Escravos. O sítio do museu na Internet merece uma visita, ainda que só esteja em francês e em inglês. É pena que não esteja também em português, pois as raízes de milhões de afro-brasileiros estão naquela parte do mundo, donde os seus antepassados saíram em condições ultrajantes.
Comentários: 12
Já leu "The Viceroy of Ouidah", de Bruce Chatwin?
Não, não li, Pitigrili (seja bem-vindo!), mas já fui espreitar à Wikipedia, para ver do que é que tratava. Deve ser um livro muito interessante, se respeitar a verdade histórica daquele lugar e da sua relação com o Brasil.
E segundo julgo saber foi recuperado com fundos integralmente portugueses.
Cumprimentos
Eugénio Almeida
Caro Eugénio Almeida, deve ter-lhe passou despercebido o que escrevi: "nos anos 80 foi objecto de novas obras de restauro, as quais foram pagas pelo Estado português".
É evidente que Salazar não iria pagar as obras feitas na década de 60.
Olá,
Sou estudante de arqueologia no Brasil e ca sabemos que algumas senzalas adotaram o perfil arquitetônico deste edificação para dinamizar o controle dos cativos. Alguns históriadores dizem que esse espaço foi finaciado com o capital baiano através de um imposto cobrado para sobre os escravos que ca chegavam.
Gostaria de saber onde posso encotrar a planta baixa dessa edificação, e mais material sobre sua construção e ocupação.
com os melhores cumprimentos
Esqueci de dizer meu nome, é Marcelo Garcia
Caro Marcelo Garcia,
Eu não sei onde pode encontrar a documentação que deseja, mas sugiro-lhe que contacte o Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto de Investigação Científica Tropical, sediado em Lisboa. Pode ser que haja alguém por lá que possa ajudá-lo. O Arquivo Histórico Ultramarino tem o seguinte endereço na Internet:
http://www2.iict.pt/?idc=100
O endereço da página de contactos do Instituto é o seguinte:
http://www2.iict.pt/?idc=14&idl=1
Desejo-lhe boa sorte e felicidades para a sua futura carreira.
A Fortaleza não foi abandonada. Foi atacada e incendiada pela República de Daomé e não por ordem de Salazar.
Caro/a "Unknown",
Eu era criança à data dos acontecimentos e, se bem me recordo do que foi noticiado na altura (não esqueçamos de que havia censura em Portugal), o Daomé terá feito um cerco, ou algo semelhante, à fortaleza, exigindo a sua rendição. Dada a impossibilidade de resistência, por não ter tropas no local, Salazar terá ordenado ao capitão do forte que o abandonasse e lhe chegasse fogo, para que o Daomé tomasse posse apenas de ruínas. Apesar de se terem passado muitos anos, recordo-me bastante bem de ter lido no jornal e ouvido na rádio que foi Salazar quem deu essa ordem.
Estive o mês passado na fortaleza. Quem financiou o restauro não foi o Governo Português mas a Fundação Gulbenkian, com sede em Lisboa. Infelizmente já precisaria de novo restauro pois tem sido mal mantida e importantes documentos como mapas da época e aguarelas de um dos governadores também estão muito degradados.
Acredito no que diz, prezado Francisco Sande e Castro, e corrigi o texto em conformidade. Desejo-lhe boas viagens.
O que o Anónimo diz é falso!!!!
Por alguma razão assina com anónimo...
Graça
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