17 junho 2013

Um "jardim" microscópico

(Foto: Wim L. Noorduin, Harvard University)

As imagens que aqui se veem foram obtidas através de um microscópio eletrónico de varrimento e mostram-nos uma espécie de jardim microscópico de belas e complexas formas. Só as cores são falsas, porque os microscópios eletrónicos não nos mostram as cores dos objetos observados.

As cores dos objetos que os nossos olhos conseguem ver resultam das vibrações dos raios de luz que esses objetos emitem ou refletem. A cada frequência de vibração da luz corresponde uma cor. Ora os microscópios eletrónicos de varrimento não utilizam raios de luz para a observação dos objetos, mas sim feixes de eletrões que incidem nesses objetos e são refletidos por eles, perdendo alguma da sua energia inicial durante este processo de interação. As imagens que vemos através destes microscópios eletrónicos são, portanto, imagens produzidas pelos eletrões que são refletidos pelos objetos e são captados por um sensor apropriado. São imagens a preto e branco, em que os diversos graus de cinzento visualizados correspondem a uma maior ou menor energia contida nos eletrões refletidos.

(Foto: Wim L. Noorduin, Harvard University)

Voltemos ao nosso "jardim" em miniatura. Ele foi fabricado no Laboratório de Nanotecnologia da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, por Wim L. Noorduin e colegas. No seu fabrico foram utilizadas técnicas de controle de reações químicas. Neste caso em concreto, misturou-se cloreto de bário com silicato de sódio, numa proveta contendo água e exposta ao ar. A reação dos ingredientes entre si e com o dióxido de carbono contido no ar deu origem à formação de cristais de carbonato de bário na água. O aumento da acidez da solução permitiu a formação de uma camada de sílica sobre os cristais, sobre a qual mais cristais de carbonato de bário se formaram e assim sucessivamente. A manipulação da temperatura a que a reação se dá e a variação da quantidade de dióxido de carbono que é permitida na reação permitiram a Noorduin criar cuidadosamente as formas elaboradas e fantásticas que nestas imagens se veem.

(Foto: Wim L. Noorduin, Harvard University)

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