01 janeiro 2015

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora!

Fernando Pessoa (1888-1935)

Comentários: 2

Anonymous GLUOSNIS escreveu...

Laimingų Naujųjų 2015 Metų !
FELIZ ANO NOVO 2015 !

GLUOSNIS - Lituana

01 janeiro, 2015 12:30  
Blogger Fernando Ribeiro escreveu...

Labai ačiū (espero que o tradutor automático não me esteja a enganar...). Um abraço de Portugal para a Lituânia.

02 janeiro, 2015 03:02  

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